Cesária Évora implora o mar em crioulo

O novo cd de Cesária Évora já está à venda desde o dia 6 de Março do ano corrente. “Rogamar”, assim se chama o cd, que quer dizer implorar o mar, em português, é o 7º álbum da cantora cabo-verdiana.
Á morna, um género musical profundo em sentimentos e descendente do fado português cantado em crioulo cabo-verdiano, Cesária Évora mistura toques sentimentais com sons acústicos de violão, cavaquinho, violino, acordeão e clarinete.
O blues cabo-verdiano de Cesária Évora em geral fala da longa e amarga história de isolamento do seu país, Cabo Verde, e de comércio de escravos, assim, como da emigração.
A voz afinada de Cesária Évora, acompanhada de instrumentos que dão um toque de melancolia, ressalta o emocional na sua música. Até mesmo o público que assiste aos seus espectáculos, que não entendem a sua língua, conseguem perceber a emoção que ela transmite. Em 2004, ganhou um Grammy para Melhor Álbum de Música Internacional Contemporânea.
Como é costume nos discos de Cesária Évora, o toque internacional é aqui dado com a voz de Ismael Lo e com o talento de Ray Lerna.
Sombras di Distino, Africa Nossa, Rogamar, Mar nha Confidente, são algumas das faixas que se encontram neste álbum.
Cesária Évora, nascida em 1941 na cidade portuária de Mindelo, na ilha de São Vicente (Cabo Verde), é uma famosa cantora apelidada de a rainha da morna.
Também conhecida como a diva dos pés descalços, devido à sua tendência de se apresentar nos palcos com os pés descalços, em solidariedade aos sem-abrigo e às mulheres e crianças pobres do seu país.

Universidade do Porto expõe no Jardim Botânico

Está patente até o próximo dia 30 de Março no Jardim Botânico do Porto (Rua do Campo Alegre, 1191), a segunda exposição do ciclo “Aventureiros, Naturalistas e Coleccionadores”, concebida pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto e seu fundador Luís de Pina.
Depois da primeira exposição se ter debruçado sobre a colecção de Etnografia e Arqueologia sob a figura de Mendes Correia esta tem como objectivo dar a conhecer a evolução cognitiva e tecnológica da Medicina através de uma mostra de objectos vários como estetoscópios de madeira e marfim, máscaras de clorofórmio, sanguessugas artificiais, bisturis do século XVIII, uma cadeira obstetrícia do século XIX, entre outros.
Estes objectos estão organizados segundo duas grandes unidades temáticas: o diagnóstico médico e a especialização na medicina do século XIX e transformações cientificas paralelas à cirurgia.
Esta mostra vem na sequência de um ciclo de exposições que a universidade do Porto tem vindo a apresentar, com o intuito de homenagear personalidades que estão na origem e concepção. Neste caso específico, a personagem em evidência é o Dr. Luís de Pina (1901-1972), principal impulsionador do Museu de Medicina e também Docente de História da Medicina, fundador do Centro de Estudos Humanísticos do Porto (1947), primeiro director da restaurada Faculdade de Letras (1961), deputado à Assembleia Nacional (1938-42) e presidente da Câmara Municipal do Porto (1945-49).
Uma colecção museológica pensada em especial para os mais jovens, nomeadamente os pré-universitários de forma a ilustrar a história da Medicina através de uma série de instrumentos usados por cirurgiões e médicos nos últimos três séculos.
O Museu desempenhou desde sempre uma função de apoio à formação e desta vez não é excepção, proporcionando de uma forma geral o conhecimento das suas colecções, constituindo-se assim como um espaço atractivo de promulgação de saberes. Afirma-se por isso como um museu didáctico em união com a disciplina de História da Medicina, sendo a direcção do mesmo assegurada pelo regente da cadeira.
Segundo o Vice-Reitor da Universidade do Porto, José Ferreira Gomes, “O nosso projecto, explicitamente dirigido ao público jovem, encontrou na Prof.ª Doutora Amélia Ricon Ferraz, directora do museu, um apoio entusiástico e empenhado. Como comissária, concretizou o nosso pedido genérico – explicitar alguns dos momentos de evolução do conhecimento e da tecnologia médica – organizando e seleccionando objectos e ilustrações segundo duas grandes unidades temáticas, explicitadas com textos da sua autoria (…) Outros subgrupos temáticos elucidarão o visitante sobre este processo, mas também revelarão a perduração anacrónica de algumas práticas médicas, como a sangria e o clister (…).O Vice-Reitor agradece também “o apoio do Departamento de Botânica da Faculdade de Ciências e a cooperação da direcção da Faculdade de Ciências que tornou o projecto possível.”
A próxima exposição deste ciclo realizar-se-á em Abril e estará centrada no tema “Botânica” sob a personalidade de Gonçalo Sampaio.