11/17/2005

“As Intermitências da Morte”

<
“No dia seguinte ninguém morreu.”
É assim que começa a mais recente obra do Nobel José Saramago.
Depois do lançamento, no passado dia 11 de Novembro, em Lisboa, o livro encontra-se já à venda no nosso país e está também disponível em mais sete edições – espanhola, mexicana, argentina, colombiana, catalã, brasileira e italiana.
Este é já o vigésimo terceiro romance do autor e é já considerado um best-seller.
“Se algum talento tenho é o de tornar o improvável provável e o impossível possível. Mesmo que isto possa não acontecer, pelo menos enquanto o romance estiver a ser escrito e lido acontece”, refere o escritor que faz da Morte o tema central da sua obra.
Numa viagem ao mundo da Imortalidade, Saramago retrata um país onde se verifica a ausência da Morte, onde as pessoas deixam de ter de se preocupar com a vida para além da morte simplesmente porque esta deixa de existir. Aquilo que constituiu um dilema transforma-se no sonho milenar da Humanidade. Todos podem finalmente viver sem o medo do amanhã.
Esta felicidade, é contudo uma felicidade momentânea, pois começam a surgir outros problemas de índole política, económica e social.
A sociedade defronta-se com uma população envelhecida, onde todos deixam de saber o que fazer com uma vivência imortal e onde até a própria religião é posta de parte, pois sem morte não há crença na ressurreição e na vida eterna. “Como o tempo não pararia as pessoas envelheceriam e ficariam numa situação de velhice eterna.”, explica o autor.
“As Intermitências da Morte é, como referiu José Saramago “um livro extremamente divertido” onde cada um de nós procura incessantemente a reflexão para as nossas inquietações.
A primeira edição conta com uma tiragem de cem mil exemplares e tem a particularidade de obedecer a regras de preservação do ambiente no que refere à impressão.